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Agora é que são elas

Agora é que são elas

Mais de 30% da Diretoria Executiva do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves é composta por mulheres

 

                O mundo corporativo ainda é dominado por homens, mas cada vez mais as mulheres estão ocupando cargos antes destinados quase que exclusivamente ao sexo masculino – ainda mais na patriarcal região da Serra, uma cultura herdada dos imigrantes italianos.

                Embora a ocupação seja lenta, é constante. Ver mulheres em postos avançados de trabalho já não é incomum. O Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), por exemplo, nos últimos 10 anos, nunca teve tantas mulheres ocupando cadeiras na Diretoria Executiva. Ao todo, são oito, ou seja, 32% do total dos 25 membros.

                Apesar de ser um apenas um dado numérico, o índice ajuda a compreender a crescente presença feminina nos quadros empresariais. Mas, junto com isso, é importante aproveitar o momento para demarcar a situação. “Acho positiva essa mudança de cara, mas não adianta existir apenas como estatística. A mulher tem de aproveitar essa oportunidade para buscar realmente uma posição de engajamento, de diferencial, de posicionamento”, acredita Jussara Canabarro, 1ª diretora tesoureira.

                Para a diretora da área social e relacionamento com o associado, Flávia Gallon Anceski, a mulher tem conquistando espaço porque oferece ao mundo corporativo um outro jeito de olhar para as atividades profissionais. “O mercado tem enxergado esse fator como algo produtivo, como algo que acresce ao mundo empresarial e, devido a essas qualidades, tem absorvido mais o trabalho feminino”, pondera.

                Essa visão é compartilhada pela 1ª diretora secretária, Bruna Cenci. Na empresa onde trabalha – a Cenci e Cia Ltda –, muitos cargos de gestão estão nas mãos de mulheres. “Temos muito a comemorar porque estamos ocupando espaço de trabalho de forma competitiva. Claro que temos que avançar em relação à cultura, às vezes o machismo se manifesta, mas estamos quebrando várias barreiras, mostrando que não somos objetos como muitos nos viam antigamente”, comenta.

                É justamente a questão cultural que ainda incomoda a diretora da área vitivinícola, Magda Brandelli Zandoná. Para ela, mesmo com a conscientização oferecida pelos meios de comunicação, ainda persiste a discriminação da mulher no mercado de trabalho. “Infelizmente, a cultura de nosso país ainda não evoluiu a ponto de garantir os mesmos direitos que são estendidos aos homens, mesmo que a Constituição Federal garanta isso”, opina. Entretanto, nos últimos 10 anos houve alguns avanços na visão da 2ª diretora tesoureira, Aline Parisotto Basso. “Vejo uma mudança significativa quanto à questão salarial e posicionamento dos cargos”, comenta.

                Além de ocuparem postos importantes em empresas, muitas mulheres exibem sua veia empreendedora – característica do empresariado serrano – e comandam estabelecimentos próprios. Tudo isso equilibrando atribuições complexas, como a maternidade, por exemplo. A característica multitarefa é um dos pontos destacados pela 2º vice para assuntos do comércio, Mayara Poletto. “A mulher tem a capacidade de atuar de maneira polivalente, adaptável e com flexibilidade na administração de conflitos”, comenta, destacando o que acredita ser as qualidades da mulher empreendedora: “foco, determinação, espiritualidade e ousadia”.

                A competência e a habilidade são fatores des tacados pelo grupo como elementos natos para a distinção das mulheres no mundo corporativo. “Não é uma questão de gênero”, comenta a diretora de projetos Viva Bento, Letícia Zanesco. “A postura no mercado de trabalho, tanto para o homem quanto para a mulher, deve ser de profissionalismo. Entendo que devemos buscar a evolução sempre, não só no mercado, mas com o ambiente, com a cidade, com as pessoas”, enumera Letícia. É o que pensa também a diretora executiva, Caroline Moras Basso. Para ela, a preparação profissional é fator condicional para o protagonismo feminino. “A capacitação é pré-requisito para podermos desempenhar as funções de igual para igual”, opina.

 

Quem são elas

1ª Diretora Secretária: Bruna Cenci

1º Diretora Tesoureira: Jussara Canabarro

2º Diretora Tesoureira: Aline Parisotto

2º Vice para Assuntos de Comércio: Mayara Poletto

Diretora da Área Vitivinícola: Magda Brandelli

Diretora da Área Social e Relacionamento com o Associado: Flávia Gallon Anceski

Diretora de projetos Viva Bento: Letícia Zanesco

Diretora Executiva: Caroline Moras Basso