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Líderes empresariais destacam valor das pessoas nas organizações

 

Dirigentes da Aurora, da Todeschini e do Tacchini participaram de encontro no CIC-BG

 

Se há algo em comum em empreendimentos distintos como Aurora, Todeschini e Hospital Tacchini é o valor que cada organização dedica a seus colaboradores. A importância das pessoas nos negócios foi destacada pelos três líderes – o diretor-geral da Cooperativa Vinícola Aurora, Hermínio Ficagna; o diretor-presidente da Todeschini, João Farina Neto; e o superintendente do Hospital Tacchini, Hilton Mancio – que participaram do Encontro de Gigantes, realizado no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG) na manhã de 23 de outubro. “Aprendemos na crise que tivemos nos anos 1990 a dar ouvido às pessoas”, destacou Ficagna. Farina corroborou: “nosso maior ativo são nossos colaboradores”. Mancio reforçou o caráter de comprometimento das pessoas. “Trabalho em equipe é a chave de tudo, a chance de erro é menor e a possibilidade de êxito, maior”, disse, durante o encontro promovido pela rádio Gaúcha Serra.

Para que os negócios avançassem, cada empresa criou suas políticas de gestão de pessoas. Na Aurora, com 1,1 mil famílias cooperativadas, a ideia foi transformar a vinícola na segunda família dos produtores, com o foco em manter o jovem no campo e a propriedade produtiva, já que mais de 30% dos cooperativados têm mais de 70 anos. Para isso, criaram um programa do menor aprendiz no campo, com duração de um ano e meio – uma parte do tempo o jovem fica em sala escolar e a outra parte aplica o ensinamento na propriedade, tudo com aval do Ministério do Trabalho. “Queremos mostrar que, mais do que um local de trabalho, ele tem um negócio para administrar”, disse Ficagna. A primeira turma, com cerca de 20 alunos, formou-se neste semestre, e outra iniciará os estudos em fevereiro.

Na Todeschini, o Sistema Todeschini de Excelência (Siste) representou uma profunda mudança cultural na gestão, antes centralizadora, para um sistema participativo. “Hoje, todos colaboradores conhecem os números da empresa”, assegurou Farina, salientando os encontros que ocorrem todas segundas-feiras entre diretoria e grupo de colaboradores. O novo método deu o título para a Todeschini de melhor empresa para se trabalhar no Brasil, concedido pela revista Exame. Todo início de mês, também, os funcionários avaliam a empresa e identificam pontos a serem melhorados.

No Tacchini, o compartilhamento das responsabilidades foi vital para o melhor andamento dos afazeres hospitalares diante de seus 2 mil colaboradores. “São 2 mil cérebros, 2 mil corações, se não tivermos um alinhamento entre todos, tornamos nossa entidade burocrática”, disse Mancio.

Ao abordarem as dificuldades que marcaram o início de cada negócio – a Aurora, que começou com 16 famílias exaustas com a exploração do mercado; a Todeschini, com o incêndio que deu fim à fábrica de acordeão e início à produção de móveis de cozinha; e o Tacchini, que precisou da força da comunidade para erguer um hospital –os gestores também compartilharam com o público suas visões de futuro e expectativa econômica para os próximos anos.

A Aurora pretende chegar a R$ 1 bilhão de faturamento em 2025. A curto prazo, quer finalizar a ampliação da unidade na entrada do Vale dos Vinhedos até o final do ano para entrar em operação de envase e expedição a partir de abril do ano que vem. Aos poucos, a ideia é transferir praticamente todas as operações da unidade 2, próxima à Delegacia de Polícia, para a nova unidade.

A Todeschini deve dar atenção à recuperação da rede de lojas, já que a recessão impediu a continuidade de algumas delas. Outros investimentos estão previstas na unidade de grãos da empresa, na Bahia, e na área de reflorestamento em Cachoeira do Sul. O Tacchini, por sua vez, foca numa estrutura de ensino em parceria com universidades, no Medical Center – complexo voltado à saúde que deve operar a partir de 2021 com diversos serviços – e ampliar os leitos de UTI destinados a procedimentos de alta complexidade até 2022.

São visões que mostram o quanto, também, o planejamento é vital para o aperfeiçoamento e o contínuo desenvolvimento das operações de cada empreendimento. E que, mesmo com as incertezas que rondam o cenário econômico e político, esses gigantes não se apequenam em traçar metas para que permaneçam inspirando nossos empresários. “Estamos otimistas para que entremos numa nova fase do Brasil, para que retome o crescimento”, disse Farina.

 

Gialdi destaca trabalho que forjou os empreendimentos

O presidente do CIC-BG, Elton Gialdi, disse em seu pronunciamento que o trabalho forjou o sucesso da Aurora, da Todeschini e do Hospital Tacchini. Para ele, Hermínio Ficagna, João Farina Neto e Hilton Mancio espelham a pujança empresarial característica da Serra e servem de exemplo para novos e nem tão novos empreendedores. “O sucesso não vem por acaso”, disse Gialdi. “Os valores de cada um, a ética nas relações com a sociedade, com seus colaboradores, clientes e fornecedores, certamente são pilares que forjaram e afloraram o sucesso de gestão”, elogiou.