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Dia da Indústria ressalta desafios em busca de competitividade

Dia da Indústria ressalta desafios em busca de competitividade

Presidente do CIC-BG, Laudir Piccoli, avalia panorama e alternativas para retomar crescimento
 

No momento em que ensaiava os primeiros movimentos rumo à retomada do ciclo de crescimento, o setor produtivo foi surpreendido por mais um episódio que revela a instabilidade política e seus reflexos no desempenho econômico do país.

Às vésperas do Dia da Indústria, lembrado em 25 de maio, o presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves, Laudir Miguel Piccoli, diz que, apesar dos cenários ainda inconstantes na política e na economia, o empreendedor tem demonstrado meios para vencer nestes dias adversos. “Temos indicativos suficientes para dizer que já existe uma retomada da economia. Se compararmos os primeiros trimestres deste ano e do ano passado, percebemos que Bento Goncalves abriu 13 indústrias (incluindo indústrias com prestação de serviço) em 2017 contra sete abertas no mesmo período de 2016”, ressalta Piccoli.

O presidente do CIC reconhece que os últimos acontecimentos em Brasília têm minado a confiança de alguns empresários – que estava em crescimento –, mas que eles estão trabalhando no sentido de estarem preparados quando o reaquecimento da economia começar. “O saldo entre admissões e demissões fechou no positivo no primeiro trimestre de 2017, se comparado com o último de 2016. Isso é o empresário mais confiante. Tenho percebido também o interesse em qualificar colaboradores, ou seja, preparar a mão de obra já existente na companhia para enfrentar as exigências do mercado. Nesse quesito, o CIC-BG vem cumprindo papel fundamental enquanto promotor e incentivador das campanhas de capacitação”, comenta.

Outro fator que mostra como a economia está em recuperação, para o dirigente, são os números de exportações da indústria gaúcha. Nunca, num primeiro trimestre de ano desde 2013, se exportou tanto no Estado – 3,3 bilhões de dólares. Embora a maior fatia do bolo de exportação tenha ficado com produtos não ligados à matriz econômica da Serra – soja, principalmente, e veículos de passeio –, a oportunidade que esse mercado representa deve estar no horizonte das empresas, diz Piccoli: “É um lembrete às nossas empresas: quem se qualifica para trabalhar com o mercado externo tem a oportunidade de colher bons frutos desse investimento”.

Além disso, a indústria gaúcha, de maneira geral, tem mostrado um desempenho superior ao do ano passado – cresceu 1,9% no comparativo entre os primeiros trimestres de 2017 com 2016 –, e o PIB dá sinais de crescimento: subiu 1,1% no primeiro trimestre do ano em relação ao último trimestre do ano passado. Tudo isso é uma conjuntura que desenha, pelo menos, um ano mais ativo para economia, demonstrando a força da indústria, salvo uma crise mais aguda na política. “Temos entraves estruturais no Brasil que fogem ao controle do empresariado – lacunas de infraestrutura, carga tributária, legislação, burocracia, entre outros tantos. Acredito que o exercício fundamental que a indústria precisa fazer é identificar de que formas pode se tornar ainda mais competitiva. Essa é uma prática indispensável em qualquer contexto e muito salutar para fortalecer os negócios e prepará-los para enfrentar as adversidades”, aconselha Piccoli.