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“É preciso compartilhar valores”

Administrador da Casa Magnabosco, Pedro Horn Sehbe palestrou em encontro do PGQP

 

Transportar uma empresa nascida em 1915 para os conceitos que regem o mercado do século 21 foi o principal desafio de Pedro Horn Sehbe à frente da Casa Magnabosco, tradicional magazine caxiense. Numa conversa descontraída, o jovem empresário disse que a marca passou por um estudo de reposicionamento e rejuvenescimento para seguir competitiva. Para isso, a loja de departamentos se baseou no conceito “store in store” – algo como lojas dentro da loja. “Trouxemos algumas leituras de magazines das Américas e da Europa e delimitamos espaços de marcas que gostaríamos de ter”, comenta.

 Dentro desse processo, a centenária história da casa serviu como ponto de partida para estabelecer novos vínculos com a cidade a partir da interação com seus players – comunidade e clientes –, estimulando o respeito e a conversa com novos públicos. “Mentes jovens não envelhecem. Nós passamos por um limbo de interação com novos públicos, nós mesmos não íamos à loja da minha avó, então tivemos que fazer ela atrativa também para a gente. Se adaptar às mudanças do tempo e às transformações socioculturais que são cada vez mais velozes, são fundamentais para manter a empresa com o espírito do tempo presente”, avalia Sehbe.

Nesse processo, reconhecer a tradição e construir a imagem moderna da loja foram vitais para a Magnabosco, promovendo a união de gerações. “Quando encontramos os propósitos, compartilhamos valores, que é muito mais forte do que a questão financeira”, ensina o administrador. Para Sehbe, os propósitos da casa vão além dos econômicos. É preciso promover ações que dialoguem com os anseios da comunidade e do consumidor mais exigente e informado de hoje. “As pessoas querem que as empresas sejam responsáveis socialmente”, diz Sehbe. A Magnabosco, por exemplo, criou um parklet em frente ao acesso pela Dr. Montaury, é cenário de desfiles para causas sociais e utiliza sua fachada para se inteirar com a comunidade, seja desfraldando gigantes bandeiras brasileira – na Independência – e rio-grandense – no 20 de setembro – ou promovendo apresentação de coral na época de Natal. Além disso, permite que novos estilistas da cidade mostrem suas criações na loja e convida pessoas ligadas à área para ajudar a conceber looks pelas suas 23 vitrines.

Com oito departamentos, a Magnabosco mantém uma área de estilo interna responsável pela curadoria da casa. É ela quem produz a cada seis meses books com tendências que ajudam no investimento de peças tanto para consumidores quanto para a própria Magnabosco, que tem 75 mil clientes ativos no crediário próprio. “Nós misturamos marcas grifadas com outras mais acessíveis, atendendo a várias camadas sociais. Acho que não tem mágica, 99% é colocar a mão na massa. O varejo é muita ciência e muita experiência, tem muito da intuição e tem que equilibrar esses paradigmas”, ensina.

Sehbe foi um dos palestrantes convidados para o encontro de troca de experiências promovido pelo Comitê Regional Bento Gonçalves do PGQP, projeto integrante do CIC-BG, na tarde 03 de outubro, no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves. A agenda de trabalho teve, também, apresentação do gerente do Sicredi, Lucas Sartoretto.

 

“É preciso guardar dinheiro, mas com objetivo”

“É preciso guardar dinheiro, mas com objetivo”. A provocação foi uma das tantas sugeridas pelo gerente do Sicredi Lucas Sartoretto na segunda programada para o encontro. Para ele, faz mais sentido poupar tendo um objetivo em vista – seja de adquirir um bem ou uma viagem ou para reinvestir financeiramente ou em educação – do que apenas poupar, pois quando enxergamos um sonho a ser alcançado essa atividade torna-se mais prazerosa. “É preciso planejar o futuro”, comenta.

Sartoretto diz que muitas das más decisões que tomamos em relação ao dinheiro são fruto da deseducação financeira. Por isso, informar-se é uma parcela vital para manter sadio o equilíbrio entre receita e despesa e evitar problemas econômicos. “Hoje podemos buscar essa informação sem ir ao banco, elas estão acessíveis na internet. Temos que saber que a taxa de juro do cheque especial chega a 16,7%. Ou seja, se estivermos devendo mil reais ao banco, só de taxa vamos pagar R$ 167. Precisamos saber quanto isso representa das nossas receitas”, analisa.

 Para fazer uma reeducação das finanças, é preciso analisar quais gastos podemos reduzir e quais eliminar. Também é necessário conhecer o destino da maior parte do rendimento e, não menos importante, consumir de maneira mais consciente. “Muitas vezes conquistar tantos bens nos dá a falsa sensação de crescimento”, pondera. “O melhor investimento é na nossa educação, no nosso conhecimento, isso pode fazer nosso futuro melhor”.

Demonstrar um padrão de vida não compatível com nossa renda é outro erro que pode levar a dívidas desnecessárias. “Trocar felicidade por consumo gera frustração”, adverte. Por isso, guardar dinheiro também serve como um escudo para os imprevistos que surgem no decorrer da vida, como uma demissão, por exemplo. “Quanto você conseguiria se manter se fosse demitido hoje?”, provoca o bancário, reforçando que o ideal é termos condições de se manter de seis a 12 meses com dinheiro guardado.

Diagnosticar, sonhar, orçar e poupar. Esses são os quatro pilares, baseados no livro Terapia Financeira, que ajudam a tirar melhor proveito do dinheiro. “A educação financeira nos dá maior poder de barganha, temos condições de conquistar nossos sonhos e de evitar crises financeiras”, comenta.