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Economia e tecnologia

Economia e tecnologia

Por Vinícius Piva, Diretor de gestão e inovação do CIC-BG

 

Em um momento em que as vendas pela internet são cada vez maiores e mais importantes para a sobrevivência de pequenos, médios e grandes negócios, é preciso ter uma atenção ainda maior com as informações e dados que são gerados por este setor. Portanto, como é possível construir sua estratégia digital com mais confiança neste cenário?

Este artigo é um resumo do relatório anual da Are we Social e HootSuite: BRASIL DIGITAL2021, com dados, tendências e insights de como as pessoas usam a internet, as mídias sociais e o e-commerce. Com ele, é possível rastrear o comportamento do consumidor digital no Brasil e apresentar uma análise completa, escalável e com recursos replicáveis sobre o assunto.

Os aspectos a seguir trazem dados e informações que auxiliam você a definir melhor sua estratégia no momento da escolha do público-alvo, como comunicar seu produto ou serviço e qual o melhor meio de fazer isso.

 

O Brasil em dados

Estima-se que dos cerca de 213 milhões de habitantes do país, 205 milhões utilizam dispositivo móvel, sendo 160 milhões deles com acesso à internet e, desses, 150 milhões fazendo uso ativo das mídias sociais. Ou seja, mais de 70% da população está conectada à internet de alguma forma e interagindo nas mídias sociais.

De janeiro de 2020 para janeiro de 2021, embora o uso de dispositivo móvel tenha recuado 1,3% diante de um aumento populacional de 0,7%, o uso da internet cresceu 6,4% e o da interação com as redes sociais, 7,1%. Isso significa um acréscimo de mais de 9,6 milhões de usuários, o que mostra a importância de estar presente no universo digital.

O levantamento foi realizado entre a população cuja faixa etária variava de 16 a 64 anos, ou seja, 145,5 milhões de moradores ou 68,2% da população nacional. Desses, 98,5% possuem smartphone, enquanto apenas 8,6% têm celulares comuns. Outros dados mostram que 71,6% têm laptop ou desktop; 33,3% possuem jogos de console; 32,6% têm tablet; e 27% têm TV ou streaming.Além disso, o relatório apontou que há 5,5% de lares inteligentes, e 18,1% das pessoas têm relógios inteligentes, enquanto 3,9% possuem dispositivos de realidade virtual. Os dados revelam que a TV está perdendo telespectadores e os jogos de console estão ganhando força.

E quando falamos em tempo diário na mídia, seguem outros dados interessantes. Cada pessoa usa a internet durante 10 horas e oito minutos por dia, enquanto assistem à televisão por quatro horas e dois minutos durante cada 24 horas. Outras três horas e 42 minutos representam o tempo que as pessoas utilizam as mídias sociais. Também, costumam ler a imprensa online e física por três horas e 13 minutos e ouvir música nos serviços de streaming por uma hora e 52 minutos. O tempo ouvindo rádio e podcast é de 57 minutos e 51 minutos, respectivamente, enquanto os games de consolo são jogados por uma hora e 17 minutos.

 

Uso da internet

Uma visão dos principais indicadores do uso de internet são os chamados "shareofweb", um mecanismo que analisa o tráfego por dispositivo. Os números indicam 51% para telefones móveis, 48,1% para laptops e desktops e apenas 0,8% para tablets e 0,14% para outros dispositivos. É interessante, também, observar como a forma de pesquisar informações na web vem mudando. Em 99,5% dos casos, o público entre 16 e 64 anos faz suas pesquisas online de modo convencional, mas essas buscas aparecem em 40,2% das vezes através de comando de voz. As mídias sociais aparecem como fontes de pesquisa de marca para 61,6% desse público. Esses dados exemplificam como existe uma grande necessidade de usar todas as formas de informação ao colocar um produto na internet.

O "sharofweb" também mostrou como essa parcela da população consome cada tipo de conteúdo. Vídeos online respondem por 98,8%, ouvir música por streaming soma 78,5% e escutar rádio chega a 45%, enquanto blogs com vídeo alcançam 44,7% e os podcast 44,4%. Como comentado no tópico anterior, existe uma grande necessidade de estar ativo em todos os meios de comunicação, sendo os vídeos com o principal foco, mas não podemos esquecer do áudio também.

 

Uso de mídias sociais

Para os departamentos de marketing das empresas, é importante identificar como atingir o público certo por meio de anúncios nas mídias sociais. A faixa etária que mais faz uso desses canais é a compreendida entre os jovens-adultos de 18 a 44 anos. Do total, 28,3% dos usuários têm entre 25 e 34 anos. Jovens entre 18 e 24 ocupam o segundo posto, com 21%, logo seguidos por adultos entre 35 e 44 anos, com 20,4%.

Também fazem uso das mídias sociais pessoas entre 45 a 54 anos, com 12,6% de participação. Já o público formado por adultos entre 55 a 64 anos respondem por 7,6%, enquanto os adolescentes entre 13 e 17 anos formam 5,6% e os de 65 anos ou mais 4,3%.

Do público de 16 a 64 anos, 99,9% visitaram, utilizaram uma rede social ou usaram um serviço de mensagem no último mês e 90,8% são engajados ativamente ou contribuem nas mídias sociais. O tempo médio diário em que permanecem nesses canais é de três horas e 42 minutos, sendo que 59% as utilizam para fins de trabalho. O número médio de contas nas mídias sociais é de 9,8 contas por usuário.

 

Uso de E-commerce

Um dos meios que mais cresceu nos últimos anos, o e-commerce se tornou um dos principais canais de vendas de produtos e serviços. Alguns dados e informações em relação a esse formato. Da população maior de 15 anos que tem ou utiliza produto ou serviço financeiro, 70% têm conta em instituição financeira, 27% têm cartão de crédito e 17,6% faz compras ou paga contas online.

Dos usuários de internet entre 16 e 64 anos, 91,4% fizeram pesquisas online para comprar, 94,2% visitaram lojas online, 79,4% utilizaram aplicativo de compra e 76% compraram um produto online. Neste último item, o público de 35 a 44 anos é o que mais compra, com 81,2%. Vêm na sequência a fatia de 25 a 34 anos, com 77,1%, e, praticamente empatados, adultos de 45 a 54 anos, com 74,4%, e jovens entre 16 e 24 anos, com 74,2%. Finalizando a lista estão as pessoas entre 55 e 64 anos, com 66,3%.

O montante total de gastos nas categorias foi de R$ 15,97 bilhões em viagens, mobilidade e hotelaria (-40%); R$ 5,66 bilhões em eletrônicos e mídia física; R$ 4,5 bilhões em moda e beleza (+24%); R$ 4,09 bilhões em brinquedos e hobbies (+21,2%); R$ 3,53 bilhões em mobília e aparelhos (+23,9%); e R$ 3,43 bilhões em comida e cuidados pessoais (+27,1%). Também aparecem R$ 1,2 bilhão em jogos de vídeo game (+32,7%) e R$ 448,6 milhões em música digital (+39%).

A seguir, vamos ver alguns dados sobre bens de consumo. O número de pessoas comprando mercadorias online é de 105 milhões e elas foram responsáveis por um consumo de US$ 21,22 bilhões – um crescimento de 23% –, gastando em média US$ 202 por compra.

Além disso, 105 milhões de pessoas fazem operações de pagamento digital, movimentando US$ 58,05 bilhões – aumento de 19,3% com valor médio de operações anuais de US$ 553. Um dos aspectos que mais cresceram foram as entregas de alimentos. Ao todo, 40 milhões de pessoas usaram serviços de entrega online, um incremento de 33,5%. Isso significou um movimento de US$ 3,30 bilhões, com cada pessoa gastando em média US$ 82.

 

Marketing Digital

É por meio dos anúncios da web que os usuários da internet ficam sabendo de novas marcas ou produtos em 45,5% dos casos. Outras fontes que aparecem são anúncios de televisão (40,7%), motores de pesquisa como Google (40,5%), websites de marcas e produtos (40,1%), anúncios de mídia social (40%), recomendações ou comentários nas mídias sociais (37,9%), recomendações boca a boca (37,3%), comparação de produtos em website (34,5%) e programas de TV ou filmes (30,5%).

Os gastos com publicidade digital por formato de anúncio atingiram US$ 5,17 bilhões, um crescimento de 0,7% de 2019 para 2020. O formato mais utilizado foi de pesquisar anúncios digitais, com US$ 2,36 bilhões (-2,4%), seguido por anúncios de mídia social, com US$ 1,27 bilhão (3,8%). Na sequência aparecem anúncios digitais em banners, com US$ 572,1 milhões (4,3%) anúncios digitais em vídeo, com US$ 455,3 milhões (7,2%); e anúncios em classificados digitais, com US$ 344,5 milhões (-4,2%).

Fazendo um apanhado geral de ideias, informações e dados, existe um novo cenário, que foi acelerado e muito por causa da pandemia. Isso traz uma variedade enorme de possibilidades para empresas, comércio e marcas em geral. Com essa análise, conclui-se que essas oportunidades estão cada vez mais claras na internet, nas mídias sociais, no e-commerce ou no marketing digital.

Todo canal de venda, de interação com o consumidor, é importante e precisa ser analisado com calma. Com as informações acima, podemos apontar alguns caminhos que irão ajudar na hora de definir a melhor estratégia, a interagir com o seu público de uma forma mais adequada e a trazer resultados ainda maiores para seu negócio, lembrando sempre que a tecnologia veio para melhorar o seu ramo de atuação.