Notícias

Fórum da AL traz estudos sobre impactos da pandemia nas receitas do RS e no comportamento do gaúcho

Fórum da AL traz estudos sobre impactos da pandemia nas receitas do RS e no comportamento do gaúcho

 

 

12ª edição do encontro, com participação do CIC-BG, ocorreu no dia 22 de junho

 

O Fórum de Combate ao Colapso Social e Econômico proposto pela Assembleia Legislativa tem apresentado diversos panoramas no Estado a partir de levantamento de dados e de pesquisas. Mais dois estudos neste sentido foram apresentados no último dia 22, um relacionado aos impactos da pandemia nas receitas do RS e outro no comportamento do gaúcho.

Mais uma vez, como tem acontecido desde março, quando o Fórum foi instituído pelo presidente da AL, Ernani Polo, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG) esteve presente por meio de seu presidente, Rogério Capoani.

Como era de se esperar, a pandemia teve um grande efeito nas contas do Estado. Os números apresentados pelo secretário estadual da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, mostram que em abril e em maio a redução da arrecadação foi de R$ 1,7 bilhão. Os valores são um contraponto em relação aos do início do ano. Cardoso disse que, em janeiro e em fevereiro, as receitas tributárias haviam crescido 15% em relação ao mesmo período de 2019.

As quedas nas atividades econômicas fizeram com que o desempenho da arrecadação do ICMS entrasse em forte retração. Em alguns segmentos do setor industrial as reduções em abril e em maio chegaram a ser superiores a 50% se comparadas à igual período de 2019. Entretanto, produtos de alimentação e limpeza registram vendas crescentes.

Conforme os números do boletim semanal sobre os impactos da Covid-19, levando em consideração desde a semana de 16 de março até a de 12 de junho, o setor moveleiro – um dos motores da economia local – registra variação acumulada de -30%. As menores variações acumuladas são dos setores coureiro-calçadista (-58%) e de veículos (-59%), sendo as maiores as dos setores de arroz e de suínos (43% e 41%).

O governo também apresentou medidas para o ajuste fiscal e ao enfrentamento da crise, como suspensões e prorrogações de prazos para obrigações acessórias e postergação do ICMS do Simples Nacional por 90 dias para as micro e pequenas empresas.

 

Medo x Desejo

No encontro, também foram divulgados dados da segunda edição da pesquisa “Medo x Desejo”, realizada pelo grupo G5. Em relação aos resultados da primeira pesquisa, realizada em abril, percebe-se que o medo do contágio superou o medo dos problemas financeiros.

Se em abril 53,8% dos entrevistados sentiam-se seguros em voltar a frequentar shoppings e estabelecimentos comerciais, os resultados de junho mostram que apenas 14,8% sentem-se confortáveis com isso. Além disso, mesmo que 60% sintam falta de frequentar locais físicos, 72% disseram que pretendem levar 30 dias ou mais para voltar a ir a estabelecimentos comerciais após a liberação.

Outro dado mostra que somente 12,8% dos entrevistados têm muita vontade de voltar a frequentar lojas e 81,9% têm algum receio de viajar de ônibus, avião ou algum transporte público (desse total, 32,6% estão completamente inseguros).

A digitalização do consumo também foi observada pela pesquisa. Gastos com delivery, 43%, e entretenimento (streaming, lives e TV), 40,2%, só perdem pelas compras de alimento (85%), entre os produtos e serviços mais consumidos durante a pandemia. A procura por compras online também pode ser verificada pela presença do fator “frete grátis” como os principais estímulos para realizar uma compra (18,5%).

Em relação ao futuro, a pesquisa retrata que 70% dos entrevistados não estão confiantes e acreditam que ainda passaremos por muitos problemas. A pesquisa foi realizada de modo online entre os dias 28 de maio e 3 de junho, com preponderância de público da faixa etária entre 30 anos e 44 anos (41%), majoritariamente do Sul (90,3%).