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Müller confia em reformas para país avançar

Presidente da FIERGS esteve em Bento Gonçalves palestrando para empresários no Centro da Indústria, Comércio e Serviços, enfatizando a influência das questões políticas no desempenho econômico   

 

O presidente da FIERGS, Heitor Müller, trouxe aos empresários bento-gonçalvenses uma mensagem positiva – mostrando que o cenário para o segundo semestre da economia brasileira tende a melhorar – e diversas questões conjecturais para avaliação durante palestra ministrada no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves na quarta-feira (17). Seu otimismo está baseado, principalmente, nas reformas trabalhista e previdenciária que estão tramitando no Congresso, e também nos sinais que vêm sendo apresentados ­– no Estado, o crescimento foi de 1,9% na comparação entre os primeiros trimestre de 2016 e de 2017. “Se a reforma da previdência for aprovada, teremos muito dinheiro estrangeiro entrando no país”, disse no encontro ocorrido.

Economia e política andaram juntas praticamente durante toda sua palestra, que abordou o tema “O Brasil na Travessia 2017/2018”. Müller criticou o sistema política pelo excesso de interferência na iniciativa privada – principalmente quanto à carga tributária, que inviabiliza a competição, e a pesada máquina estatal que consome 6% do PIB nacional por ano, segundo ele – e defendeu eleições únicas, com mandatos de cinco anos e sem direito à reeleição, pois hoje, com pleito a cada dois anos para eleger diferentes poderes.

Demonstrando confiança no trabalho de Temer, principalmente após a audiência realizada com o presidente essa semana, em Brasília, o gestor da FIERGS disse que é preciso acreditar no futuro, mesmo diante de um Congresso que não enseja esse respaldo, para investir e gerar emprego. Segundo ele, a reforma trabalhista é um bom indício, pois vai manter os direitos dos trabalhadores e melhorar alguns, como o acordo de férias entre empregado e empregador. Müller ainda criticou o montante de processos trabalhistas, segundo ele na casa de 100 milhões. “Temos a mais cara do mundo, gastando 4% do PIB. Por exemplo, 93% das reclamatórias do Citibank estavam no Brasil, país que representava apenas 1% de sua receita. Por isso saiu do Brasil”, exemplificou.
 

Expectativa e trabalho pela retomada

Compartilhando o tom de otimismo, o presidente do CIC-BG, Laudir Piccoli, evidenciou o reflexo dessa melhora também nos números de Bento Gonçalves, como o saldo positivo na geração de empregos no primeiro trimestre do ano em relação ao último trimestre de 2016. “Os indicadores mostram que a fase de crise e os momentos de turbulência estão ficando para trás. Bento Gonçalves abriu quase o dobro de empresas no primeiro trimestre de 2017 no comparativo com igual período de 2016”, disse.

No que depender das contribuições da entidade, esse cenário favorável deve ser ampliado – também por conta de iniciativas como a ExpoBento, que ajudam a reestabelecer a confiança tanto no investimento do empresariado quanto no consumo do trabalhador. “A ExpoBento beneficia setores da indústria, do comércio e de serviços, gerando oportunidade de negócios adicionais para quem participa, sem contar o retorno para a comunidade e região, que também colhem os frutos desse projeto”, comentou. A feira ocorre de 8 a 18 de junho nos pavilhões do Parque de Eventos.