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Por que questionamos o modelo de distanciamento controlado

Por que questionamos o modelo de distanciamento controlado

Por Rogério Capoani, presidente do CIC-BG

 

O modelo de Distanciamento Controlado adotado pelo Governo do Estado mostra-se questionável em sua tarefa de coibir os efeitos da pandemia porque cobra da sociedade um alto preço pelo qual ela não pode pagar. É preciso um envolvimento maior das pessoas, é verdade, porque a partir do momento que não há compreensão de que esse é um problema de todos, precisamos nos rever como sociedade. Ao mesmo tempo, os setores produtivos não podem, continuada e injustamente, serem penalizados por essa crise sanitária que também carrega um pouco de lacunas de consequentes gestões públicas deficitárias.

O sistema de bandeiramento, como está colocado é alienado da realidade de cada microrregião. É falho em sua forma de cálculo e na agilidade de computação, análise e revisão de dados. Essas problemáticas, somadas, punem de forma excessiva a indústria, o comércio e os serviços. Em vez de amenizar, o modelo torna-se uma forma de agravar a crise e, ainda, prolongar o calvário de todos, pois uma vida digna depende da renda e do trabalho. A iniciativa privada não pode assumir e muito menos ser responsabilizada por esse fardo chamado coronavírus. Nesta conta, o Estado precisa estar incluso para dividir, com todos, o ônus dessa batalha – e, neste caso, isso significa ampliar seus investimentos na área de saúde.

Não estamos querendo nos eximir da nossa responsabilidade, e sim demonstrar que buscamos um consenso que equilibre os cuidados com a saúde e a preservação da economia. Entre os dois, nós escolhemos os dois, porque precisamos das pessoas para girar a economia e precisamos da economia para as pessoas viverem saudáveis. No comércio, na indústria, no setor de serviços, estamos seguindo todas as recomendações para oferecer a trabalhadores e consumidores todos os cuidados necessários para reduzir ao máximo a possibilidade de contágio. Clamamos por um retorno responsável, que virou até campanha em Bento Gonçalves.

Enquanto não houver imunização, precisamos reforçar os cuidados básicos e, muito importante, manter o distanciamento respeitoso, praticar o retorno responsável. São esses cuidados que vão ajudar a vencermos essa situação, e não o fechamento das atividades econômicas.