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Sindicatos avaliam cenário econômico

Líderes de segmentos industriais e comerciais falam sobre o atual mercado

 

               Enquanto alguns índices econômicos dão sinais de recuperação, como o crescimento da indústria no Estado e, ao mesmo tempo, outros ainda patinam, tal qual o desemprego,  a economia brasileira segue num cenário incerto.

                Diante de tais constatações, o Jornal do CIC ouviu líderes de segmentos importantes da economia bento-gonçalvense sobre o momento atual do mercado e ações que estão sendo feitas para amenizar a crise.

 

Simplavi | “Este ano estamos ainda sofrendo uma baixa nas vendas. As empresas continuam fazendo seu dever de casa, em otimizar seus custos para manter seus negócios, porém, enfrentamos demanda suprimida, pois o varejo não está vendendo. Muitas são as incertezas, pois estamos passando por um momento político onde os valores foram esquecidos, gerando total faltar de confiança. Não vemos uma queda nas vendas maior do que já aconteceu. Na nossa opinião, o mercado somente será retomado se os níveis de empregos começarem a aumentar, o que percebemos é uma estabilidade, ainda não temos um crescimento. O controle da inflação seria um grande ganho a todos, reformas são necessárias, sem tirar direitos adquiridos de ninguém, isso é muito importante. Não podemos conviver com lei antigas, estamos vislumbrando a indústria 4.0 e as leis estão muito atrasadas em relação a muitos pontos”.

Ivânio Angelo Arioli, presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Vale dos Vinhedos

 

Sindmóveis | “Não deveremos ter crescimento real neste ano, infelizmente. Mesmo com a retomada gradual esperada para o próximo ano, infelizmente, muitas das indústrias não conseguirão atingir patamares anteriores à crise. O atual cenário político e seus reflexos na economia dificultam qualquer possibilidade de melhoria real no ambiente de negócios, trazendo ainda mais instabilidade. A modernização da legislação trabalhista e regulamentações é imperativa para a sobrevivência das empresas, crescimento econômico e geração do emprego. O principal desafio, nesse momento, é buscar alternativas para o mercado interno e externo. O Sindmóveis vem trabalhando num projeto para inserção das indústrias moveleiras no mercado dos Estados Unidos e tem o compromisso da Movelsul Brasil, em março de 2018, além de nossos projetos permanentes como o Salão Design e outros de fomento a exportações”.

Edson Pelicioli, presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves

 

Simmme | “Na verdade, estamos no mesmo cenário, mantendo-se nos patamares de 2016, mas com uma tendência de queda de 9%. Nosso setor precisa de investimentos de grande vulta, pois são máquinas com valores muito grandes, e pra se investir tem que financiar, mas com o juro real é de 11,25% é muito grande, não há retorno, não tem investimento que dê esse retorno. Temos algum alento com as exportações, que vêm se mantendo, principalmente para quem já tinha feito investimento há muito tempo. Esses estão colhendo alguns frutos, mas não é suficiente. Não há patamares de crescimento sem mercado interno. Precisamos de taxas de juros menores e das reformas, que se não são a salvação, são uma diretriz”.

Juarez Piva, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Bento Gonçalves

 

Sindilojas | “O que temos acompanhado, especialmente nas datas comemorativas, ainda é um alinhamento em matéria de vendas com o mesmo período de 2016. A previsão que se projetava para até o final de 2017 era um crescimento na ordem de 0,8% a 1%, pois estávamos com a crise política estabilizada e voltando a mostrar confiança aos investidores. Porém, devido à nova situação que envolve principalmente nosso presidente da república, isso terá que ser revisto. O sindicato está sempre buscando formação como cursos, palestras, missões, enfim, iniciativas que melhorem a qualidade do comércio de nossa cidade. Mas também precisamos das reformas. A trabalhista é importante para modernizar nossa CLT, diminuindo a insegurança jurídica. É importante que tenhamos uma situação de liberdade para que o negociado entre as partes, tenha mais força que o legislado, pois se é bom para ambos os lados envolvidos no processo, não podemos permitir que uma legislação defasada comprometa esse acordo”.

Daniel Amadio, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Bento Gonçalves