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Painel no CIC-BG discute formas de melhoria da mão de obra

Painel no CIC-BG discute formas de melhoria da mão de obra

Evento na terça-feira teve comando do jornalista Elói Zorzetto e convidados especiais

Passando por assuntos como formação de mão de obra especializada, retenção de talentos, sucessão e mercado de trabalho a partir das novas gerações, o Painel RBS trouxe ao Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), nesta terça-feira, uma importante discussão acerca de temas ligados à competitividade e à produtividade industrial.


O evento reuniu o presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Daniel Panizzi; o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs), Ubiratã Rezler; a coordenadora do Observatório do Trabalho da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Lodonha Coimbra Soares; e o gerente de operações do Senai de Bento Gonçalves, Ricardo Dal Piva. A mediação foi do jornalista Elói Zorzetto.


Dal Piva destacou a importância do conhecimento para o desenvolvimento da indústria. “O investimento em educação, em aperfeiçoamento e em qualificação se reverte em melhor qualidade de trabalho, em melhor entrega do profissional”, disse. “Temos que, juntos, indústria, Senai e entidades, dar conta do volume necessário para a indústria”.


Para Panizzi, há dois cenários. Um relacionado à educação básica, com trabalhadores sem formação adequada. E o outro de pessoas com formação, porém sem comprometimento, principalmente da geração depois dos anos 1990. “A questão da educação de base é um problema, porque não sabemos quanto tempo vai levar para mudar e a gente precisa disso. E por outro lado essa geração pós anos 1990, que tem formação mas não consegue se portar diante de outro”, comentou.


A professora da UCS apontou que uma das razões para isso foram as grandes transformações pelas quais o mundo passou em tão pouco tempo. “Nós temos que aprender a lidar com isso. Os jovens querem empreender, querem mais flexibilização, economia criativa, recursos tecnológicos, trabalho remoto. Tem um pouco desse obstáculo de geração não porque eles mudaram tanto, mas também porque nós mudamos pouco”, disse Lodonha.


O presidente do Simecs comentou que as empresas têm se movimentado para tornar os ambientes empresariais mais atrativos aos jovens. “A gente, como empresário, tem que inventar um pouco porque o jovem mudou na forma como o percebemos. E o trabalho tem que acompanhar a mudança. Nós conseguimos colocar mais recurso tecnológico para atrai-lo, mas ele precisa chegar no horário de trabalho”, comentou Rezler.


Para finalizar, Panizzi disse que não faltam oportunidades de trabalho. “Temos um problema com a mão de obra que é assistida.  Acho que temos um problema de base, cultural, aquela história de não dar o peixe, mas ensinar a pescar. A gente precisa que essas pessoas se desprendam e enxerguem. Todo dia temos uma oportunidade de fazer diferente, de mudar alguma coisa, e precisa transmitir isso para o nosso colaborador”, afirmou.


Rezler corroborou, afirmando que é preciso mostrar que as oportunidades estão aí. “Nós não podemos perder a esperança. Conseguimos juntar as forças e promover essas mudanças. Os benefícios são importantes, mas nada é mais importantes do que terem um trabalho digno e uma visão de futuro que seja adequada pra suas vidas”, opinou.


Para Dal Piva, a aproximação entre a indústria e os jovens é importante e deve ocorrer para fomentar essa relação. “Muitas vezes, quando jovens entram no Senai e se deparam com o aparato tecnológico, percebemos que eles não fazem ideia de como é dentro de uma indústria. Então, pedimos aos RHs que chamem os jovens para conhecerem os ambientes empresariais, se aproximem deles, para irmos revertendo o quadro”, comentou. Essa aproximação também foi saudada por Lodonha. “O fornecedor de capacitação, talvez, possa sair de sua sede e oferecer um curso e ir até a população que precisa e mostrar que existe isso, até para levantar o moral. Eu sei que tem empresas que fazem isso, mas poderia ser ampliado, e talvez seria uma forma de atrair amis essa população para esses cursos”, comentou.